SALA 4
— Estudos sobre a Liberdade
— Estudos sobre a Liberdade
— Estudos sobre a Liberdade
“Liberdade: uma dessas palavras detestáveis que
têm mais valor do que sentido; que cantam mais do
que falam; que perguntam mais do que respondem;
(...) palavras ótimas para a controvérsia, a dialética,
a eloquência; tão apropriadas às análises ilusórias e
às sutilezas infinitas quanto aos fins de frases que
desencadeiam trovões”. Assim escreve o poeta
francês Paul Valéry no seu texto Fluctuations sur la
Liberté (1938).
Liberdade foi palavra central nos discursos de
Mahatma Gandhi e de Donald Trump. Foi usado
pelos Panteras Negras e pela KKK. Foi justificativa
para os EUA bombardearem o Médio Oriente e está
no grito de tantos povos em seus atos de
resistência contra a opressão e violência das forças
militares externas. Ao longo da história, este
conceito tem sido explorado pela teologia,
metafísica, moral, ética, política, arte, moda e
marketing.
Boetti, Alighiero e | H. K. of Jordan | 1989
Boetti, Alighiero e | H. K. of Jordan | 1989
Boetti, Alighiero e | H. K. of Jordan | 1989
O que poderia ser a Liberdade senão a negação, a recusa, as infinitas formas de luta contra a servidão? O que poderia ser a Liberdade senão a experimentação ativa do campo das possibilidades? A Liberdade é a capacidade de criar um gestual na superfície do planeta, é inaugurar outra forma de viver: são as experimentações, os ensaios, as coreografias e os recomeços.
Agir em liberdade é fazer algo nascer ou renascer, é introduzir o inesperado na dimensão da vida. Desta forma, a liberdade não seria algo que se tem ou se recebe, mas algo pelo qual se deve agir (in)adequadamente. Portanto, o uso da palavra “Liberdade” implica o compromisso de agir no presente. Sendo uma palavra muito complexa e cheia de desdobramentos, é preciso refletir sobre ela com cuidado e atenção.
Esse quarto momento da exposição reúne obras de artistas de diversas partes do mundo, que podem ajudar a refletir sobre este conceito. São obras que tratam de movimentos individuais, coletivos e comunitários em que a insubmissão rompe as ordenações da dimensão da política, ou seja, são trabalhos nos quais o entrelaçamento entre vida e aprendizagem abrem caminhos para a renegociação do comum.